CONFERÊNCIAS
Conferência de abertura
Senhores do Brasil, escória da humanidade: povos indígenas e a formação do Estado nacional brasileiro
Prof. Dr. João Paulo Peixoto Costa (IFPI)
O processo que culminou na independência do Brasil e na sua separação de Portugal foi repleto de múltiplos projetos. Não apenas os setores das elites políticas e econômicas brasileiras disputaram espaço, mas também os grupos subalternizados lutaram para viabilizar suas demandas. Entre estes estavam os indígenas, que ao mesmo tempo eram agentes e objetos de reflexão dos embates políticos, o que fazia deles um tema importante nas discussões a nível central e provincial. Com a consolidação da independência e o decorrer da formação do Estado nacional, os povos indígenas no Brasil testemunharam seus projetos próprios de país serem suplantados, ao passo em que suas antigas prerrogativas eram abolidas. Assim como para outros grupos subalternizados, criava-se mecanismos jurídicos que sublimavam seus espaços de atuação política e administrativa e os enquadravam como mão de obra barata e despossuída, possuidores de uma cidadania precarizada, semelhante ao que já se observou para pretos e pardos. Não surpreende a participação maciça de indígenas no intenso ciclo de revoltas regenciais, assim como ocorreu na Balaiada, tema ainda notadamente desconhecido. A partir da província do Ceará, esta conferência analisará as trajetórias indígenas na formação de um Estado nacional que se construiu sobre sua submissão e inferiorização, sem nunca ter deixado de atuar em prol de projetos próprios.
Conferência de encerramento
Senhores do Brasil, escória da humanidade: povos indígenas e a formação do Estado nacional brasileiro
Prof. Dr. João Paulo Peixoto Costa (IFPI)
O processo que culminou na independência do Brasil e na sua separação de Portugal foi repleto de múltiplos projetos. Não apenas os setores das elites políticas e econômicas brasileiras disputaram espaço, mas também os grupos subalternizados lutaram para viabilizar suas demandas. Entre estes estavam os indígenas, que ao mesmo tempo eram agentes e objetos de reflexão dos embates políticos, o que fazia deles um tema importante nas discussões a nível central e provincial. Com a consolidação da independência e o decorrer da formação do Estado nacional, os povos indígenas no Brasil testemunharam seus projetos próprios de país serem suplantados, ao passo em que suas antigas prerrogativas eram abolidas. Assim como para outros grupos subalternizados, criava-se mecanismos jurídicos que sublimavam seus espaços de atuação política e administrativa e os enquadravam como mão de obra barata e despossuída, possuidores de uma cidadania precarizada, semelhante ao que já se observou para pretos e pardos. Não surpreende a participação maciça de indígenas no intenso ciclo de revoltas regenciais, assim como ocorreu na Balaiada, tema ainda notadamente desconhecido. A partir da província do Ceará, esta conferência analisará as trajetórias indígenas na formação de um Estado nacional que se construiu sobre sua submissão e inferiorização, sem nunca ter deixado de atuar em prol de projetos próprios.